O halving do Bitcoin, um evento que está programado para ocorrer na próxima semana e reduzirá pela metade a emissão de novas unidades da criptomoeda, tem sido amplamente discutido online, com influenciadores destacando-o como uma oportunidade única.
Com a proximidade do evento, surgem diversas perguntas sobre a viabilidade de lucrar com ele ou se tudo não passa de clickbait. Os especialistas apontam que sim, é possível lucrar com o halving, embora não de maneira direta. Isso se deve ao fato de que o halving é um evento técnico e não garante um aumento imediato no preço. No entanto, a redução da oferta de BTC no mercado pode ter um impacto positivo no valor do ativo a longo prazo, proporcionando oportunidades de lucro para os investidores dispostos a lidar com a volatilidade. Então, como é possível aproveitar o halving do Bitcoin e aumentar as chances de multiplicar o patrimônio? Abaixo estão algumas estratégias sugeridas por especialistas no assunto.
1) Segura na mão do Bitcoin
Segundo André Franco, líder de pesquisa no MB, uma estratégia é comprar BTC antes do halving e mantê-lo por um longo período. Ele explica: “A ideia seria basicamente adquirir o ativo e, à medida que ocorre o halving posteriormente, com a demanda aumentando e a oferta diminuindo, você veria o preço subir. Então, essa é uma forma de lucrar com o BTC como consequência do evento, mas não diretamente por ele”. O próximo halving será o quarto. Nos anos seguintes aos três eventos anteriores, ocorridos em novembro de 2012, julho de 2016 e maio de 2020, o Bitcoin registrou aumentos de 7.956%, 270% e 533%, respectivamente. No entanto, é importante observar que o desempenho passado não garante rentabilidade futura. César Félix, gerente de experiência do cliente da NovaDAX, compartilha a opinião de que os ganhos potenciais com a criptomoeda estão no longo prazo. Ele afirma: “O halving é um evento cíclico que afeta o preço do Bitcoin a curto prazo, mas é a visão de longo prazo que permite aos investidores aproveitar esses ciclos e benefícios da melhor maneira possível”.
2) Surfando nas oscilações
Pedro Gutierrez, diretor regional Latam da CoinEx, aponta que os traders de criptomoedas têm a oportunidade de capitalizar com as flutuações de preço antes, durante e após o halving. No entanto, ele ressalta que isso requer um certo nível de conhecimento. “Envolveria análise técnica, negociação com base no sentimento de mercado ou o uso de estratégias de negociação algorítmica para aproveitar os movimentos de preço”, explicou.
3) A forma certa de comprar
Ricardo Da Ros, CEO da Patex, sugere que uma estratégia de investimento para lidar com as oscilações da indústria de moedas digitais sem sofrer grandes perdas é o DCA (Dollar Cost Averaging, ou custo médio em dólares), que envolve a compra regular e fracionada do mesmo ativo. “Praticar o DCA pode ajudar a suavizar o impacto da volatilidade nos investimentos. Uma grande vantagem de investir em Bitcoin é sua assimetria, já que o potencial de perda é muito pequeno em comparação com o potencial ilimitado de valorização do Bitcoin a longo prazo”, destacou.
4) De olho nos derivativos
Segundo Gutierrez, para investidores mais experientes, a negociação de opções e futuros pode oferecer oportunidades de lucro. “Esses mercados de derivativos permitem que os investidores especulem sobre o preço futuro do Bitcoin sem possuir diretamente o ativo subjacente. No entanto, é crucial entender que o mercado cripto é altamente volátil e os lucros não são garantidos”. Vale ressaltar que a oferta de derivativos no Brasil está sujeita à regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O primeiro mercado de futuros de Bitcoin legalizado será lançado nesta semana, com a estreia dos contratos da B3. Além disso, para aqueles que desejam explorar derivativos de criptomoedas, será necessário recorrer a plataformas estrangeiras e estar cientes dos riscos envolvidos, incluindo possíveis questões regulatórias.
5) Cuidado com influenciadores
Isac Costa, advogado e professor do Ibmec, aponta que influenciadores podem se valer do hype de tópicos populares para aumentar o engajamento, incitando euforia, medo ou negociação irracional para gerar taxas de corretagem. De acordo com dados do Google, as buscas pela expressão “halving” aumentaram 900% nos últimos três meses. Ele adverte que o problema pode residir no que não está visível: os recomendadores podem ter assumido posições antes e, ao invés de lucrarem junto com sua audiência, podem estar apostando contra ela, que compra suas posições e, assim, gera lucro para eles. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está monitorando a atuação de profissionais que possuem algum tipo de registro, como analistas e consultores. No entanto, aqueles que recomendam exclusivamente criptomoedas ainda não estão sob seu escrutínio. Para discernir entre bons e maus conselhos, Costa enfatiza a importância de observar o histórico dos influenciadores ao longo do tempo. “Como a árvore se conhece pelos frutos, um cuidado básico é observar, ao longo do tempo, o padrão de recomendações (se deram certo ou não) e o tom da comunicação (dificilmente bons conselhos são grátis)”, destaca.
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