É importante exercer cautela caso esteja impressionado com o desempenho recorde do Bitcoin e tenha o desejo de investir toda, ou uma parte significativa, de suas finanças na criptomoeda.
É um fato que o Bitcoin atingiu máximas históricas, e é possível que continue a se valorizar ao longo deste ano. No entanto, depositar todas as fichas nessa criptomoeda pode não ser a decisão mais sensata neste momento.
Os ciclos de alta do Bitcoin, como o que estamos experimentando agora, frequentemente são acompanhados por correções, por vezes bastante abruptas.
Por exemplo, em 4 de março, o Bitcoin alcançou sua cotação máxima em dólares, mas caiu 6,6% no dia seguinte, com investidores realizando lucros.
De acordo com o especialista em ativos digitais, Valter Rebelo, tais correções são normais e até benéficas para o mercado de ativos digitais.
“O Bitcoin pode sim sofrer quedas nos próximos dias, mas isso não deve ser motivo de preocupação.
Essas flutuações fazem parte dos ciclos de mercado. A tendência, contudo, é de alta, e acredito que o BTC tem potencial para atingir os US$ 150 mil ainda neste ciclo, embora possam ocorrer quedas ao longo do caminho.”
Portanto, é prudente que o investidor adote uma abordagem mais moderada em relação às criptomoedas. Não é necessário nem recomendado apostar todas as suas economias neste mercado, pois é possível obter retornos satisfatórios com investimentos mais modestos.
Ao investir quantias menores, o investidor pode se proteger contra grandes oscilações e continuar a desfrutar de bons lucros durante os períodos de alta do mercado.
Essa lógica também se aplica às criptomoedas de menor porte, que tendem a seguir o mesmo padrão.
Valter destaca estudos que sugerem que uma criptomoeda com valor inferior a 1 dólar pode multiplicar seu valor por 100 em até 20 meses.
Portanto, segundo essas projeções, um investimento de apenas R$ 1.000 em tal criptomoeda até março pode se transformar em R$ 100.000 em menos de dois anos.
Assim como no caso do Bitcoin, não se espera que esse processo de valorização seja contínuo; afinal, estamos lidando com o mercado das criptomoedas, um dos mais voláteis do mundo.
Os 4 estágios do mercado de criptomoedas
De acordo com análises do departamento de criptoativos da Empiricus, os ciclos ascendentes das criptomoedas geralmente se desenvolvem em três fases distintas:
No primeiro estágio, os investidores iniciam sua incursão no mercado através da criptomoeda mais estabelecida, o Bitcoin, devido à sua predominância, reputação e segurança. Neste momento, observa-se um aumento significativo no preço do Bitcoin, chegando próximo de seus níveis históricos máximos.
Posteriormente, à medida que os investidores percebem uma possível saturação no potencial de valorização do Bitcoin, começam a explorar outras criptomoedas de menor porte.
Na segunda fase, as criptomoedas que compõem o grupo das cinquenta mais valiosas ganham destaque, uma vez que são projetos mais reconhecidos e detêm um tamanho de mercado considerável. Neste contexto, criptomoedas como Ethereum, Solana, Uniswap e BNB, por exemplo, apresentam valorizações expressivas, superando até mesmo o desempenho do Bitcoin e Ethereum, devido ao seu potencial de crescimento em relação ao seu tamanho de mercado.
A terceira e última fase do ciclo de alta é caracterizada pelo surgimento de oportunidades de ganhos substanciais com investimentos mínimos. Após o esgotamento do potencial de valorização das criptomoedas mais conhecidas, é a vez das criptomoedas de menor porte apresentarem um crescimento exponencial. Estas criptomoedas, com um valor de mercado extremamente baixo e custos acessíveis, têm o potencial de multiplicar o capital investido várias vezes em um curto período de tempo.
No ciclo de alta ocorrido entre 2015 (um ano antes do halving) e 2017 (um ano após o halving), por exemplo, o Bitcoin registrou uma valorização de 8.000%, demonstrando a magnitude das oportunidades de lucro durante esses períodos.