A empresa responsável pela emissão da criptomoeda afirmou que garantirá o congelamento imediato dos valores.
Segundo a Reuters, a Venezuela está considerando o uso de criptomoedas para contornar as sanções dos Estados Unidos impostas ao seu setor petrolífero na semana passada. Três fontes familiarizadas com o assunto revelaram que a empresa estatal de petróleo do país, a PDVSA, tem aumentado o uso do Tether (USDT) nas negociações desde o ano passado. O Tether é uma stablecoin, cujo valor é fixado em relação ao dólar americano, a moeda predominante nas transações de commodities.
Em resposta, a Tether declarou à Reuters que respeita a lista de entidades sancionadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA e está comprometida em congelar imediatamente os endereços sancionados em redes de criptomoedas.
No ano passado, a PDVSA enfrentou críticas após a revelação de um desfalque de mais de US$ 21 bilhões em contas a receber não contabilizadas de exportações de petróleo ao longo dos anos, algumas das quais envolvendo criptomoedas.
Recentemente, o ex-ministro do Petróleo da Venezuela, Tareck El Aissami, foi preso por suposto envolvimento no esquema fraudulento bilionário. O governo venezuelano anunciou que mandados de prisão foram emitidos para funcionários de um banco local envolvidos no caso.
Sanções
Na semana passada, o governo dos Estados Unidos reintroduziu sanções à Venezuela, encerrando um período de seis meses de indulto, devido ao não cumprimento por parte do governo de Nicolás Maduro de um acordo para garantir eleições justas e plurais na votação marcada para 28 de julho.
No final de março, a coalizão de oposição venezuelana anunciou que Corina Yoris, filósofa e professora universitária que concorreria contra Nicolás Maduro, não conseguiu concluir o registro de sua candidatura na plataforma eleitoral do país.
Especialistas afirmam que as sanções provavelmente terão pouco impacto no mercado local e global de petróleo a curto prazo. No entanto, no médio e longo prazo, a produção do país sul-americano pode diminuir devido à falta de investimento estrangeiro.