Na quarta-feira (1º), os fundos de ETFs de Bitcoin negociados nas bolsas de valores dos Estados Unidos enfrentaram a maior saída de capital em um único dia desde seu lançamento, totalizando US$ 564 milhões (R$ 2,8 bilhões), de acordo com informações da Bloomberg.
O Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund foi o mais impactado, registrando uma perda de US$ 191 milhões, enquanto o iShares Bitcoin Trust da BlackRock viu saídas de US$ 37 milhões.
Na arena dos ETFs, a Grayscale ganhou vantagem ao lançar um fundo em 2020 que oferecia aos investidores exposição ao Bitcoin. Quando a SEC aprovou os ETFs, a empresa transformou esse produto original em um fundo de índice, porém com taxas consideravelmente mais elevadas.
O ETF da Grayscale viu uma tendência constante de retiradas significativas dos clientes, com destaque para a quarta-feira, quando US$ 167 milhões foram retirados do Grayscale Bitcoin Trust. Essas retiradas foram impulsionadas principalmente pela decisão do Federal Reserve (Fed) de manter inalterada a taxa de juros da economia dos Estados Unidos. Essa decisão tende a diminuir o atrativo de investimentos de maior risco, como as criptomoedas, em favor de opções menos voláteis, como títulos do tesouro. Além disso, o Bitcoin está enfrentando um período desafiador, tendo caído cerca de 20% desde sua alta histórica de US$ 73.737 em março, para os atuais US$ 58.849.
A queda de 4% no preço do Bitcoin pode gerar preocupação entre os detentores de curto prazo, especialmente quando o valor cai abaixo do custo médio de aquisição. Isso pode levar alguns investidores a entrar em estado de pânico.
Atualmente, os detentores de curto prazo do Bitcoin enfrentam uma perda não realizada de 3%, mas um analista de criptomoedas enfatiza que isso não deve ser encarado como uma crise. O preço do Bitcoin caiu abaixo do ponto de compra médio dos detentores de curto prazo, o que pode gerar ansiedade devido às perdas não realizadas, de acordo com uma análise feita por James Check, conhecido como “Checkmatey”, em 1º de maio.
Embora o Bitcoin tenha brevemente atingido US$ 56.814 em 1º de maio, uma queda de 8% abaixo de um nível de suporte crucial, os detentores de curto prazo ainda mantêm um preço médio de compra de US$ 59.600 por Bitcoin. Embora o preço tenha se recuperado para US$ 57.631 no momento da análise, os detentores de curto prazo ainda enfrentam uma perda média de 3%.
A queda de 4% nas últimas 24 horas levou à liquidação de US$ 100,27 milhões em posições compradas. Essa queda foi impulsionada por uma venda generalizada de criptomoedas, enquanto os participantes do mercado aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve dos Estados Unidos, que manteve as taxas de juros inalteradas.
Embora seja preocupante segurar uma perda não realizada, Check ressalta que os detentores de curto prazo já enfrentaram situações semelhantes antes. Ele observa que, embora a quebra da base de custo não seja ideal, não significa o fim do mundo ou do mercado em alta, embora isso possa prejudicar a confiança.
Normalmente, a base de custo dos detentores de curto prazo atua como suporte durante mercados em alta e como resistência durante mercados em baixa. Check também aponta que movimentos rápidos para cima, como alcançar US$ 59.600, cerca de 2,2% acima do preço atual, podem indicar uma possível recuperação, citando eventos semelhantes ocorridos anteriormente em 2023.
No entanto, é observado que períodos prolongados abaixo da base de custo podem eventualmente sinalizar uma tendência positiva, embora volatilidade possa ser esperada durante esse período, conforme apontado pela On-Chain College.